quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Chamado para ser missionário ou discípulo?

“Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até a consumação do século.” Mateus 11:28-30.

Discípulo é aquele que é ensinável, que segue o seu mestre e aprende com ele. Discípulo de Jesus é aquele que não apenas aprende com o Mestre, mas O segue e obedece a tudo quanto Ele ordenar, inclusive, fazer discípulos.

Chama-se missionário aquele que é enviado pelos seus superiores com uma missão específica, com tempo, local e trabalho pré-determinados.
                                                                                                       
Como diz o texto em Mateus 22:14 que “muitos são chamados, mas poucos, escolhidos”, quando pregamos o evangelho, chamamos a todos para serem discípulos, mas poucos aceitam ao chamado. Inclusive, crentes. Todos os crentes são chamados a fazer discípulos, mas poucos são escolhidos. Muitos são os motivos, mas um dos motivos principais é que poucos querem se submeter às regras do envio. Existem princípios a serem cumpridos, mas poucos desejam se submeter a eles.

Existem muitas pessoas se intitulando apóstolos, profetas, evangelistas e pastores mestres. Muitos dizem que não foram chamados por homens. E não foram mesmo. Mas usam o texto como uma desculpa para se auto intitular e auto enviar ao serviço do evangelho. Mas no Reino de Deus não funciona assim. Deus honra as autoridades constituídas por Ele e quando Ele fala, fala por meio destas autoridades.

Precisamos aprender um princípio: Se Deus realmente falou algo comigo, Ele confirmará através de Seus servos, os pastores, Ele confirmará através da família e da Igreja. Deus não trabalha unilateralmente, ainda mais no caso de enviados com uma missão.

Em Mateus 10:5-15 Jesus envia os doze discípulos dando-lhes várias instruções. E o que se espera é que os discípulos sigam estas instruções à risca. Portanto, não foram enviados por vontade própria de ir, mas de satisfazer àquele que os enviou. Havia uma ordem de preferência de público alvo (as ovelhas perdidas da casa de Israel), um alerta (não tomar rumo aos gentios e não entrar em cidade de samaritanos) e um alvo específico (pregar que está próximo o reino dos céus). Com a pregação desta mensagem, “curar enfermos, ressuscitar mortos, purificar leprosos, expelir demônios e...fazer tudo isto, de graça, pois, como diz o texto, “de graça recebestes, de graça dai.”

Há uma confusão muito grande na interpretação deste texto. Quando Jesus diz aos discípulos que eles devem ir e pregar e não cobrar nada por isso, Ele estava querendo evitar que o evangelho vire comércio ou um negócio lucrativo, o que temos visto nos dias de hoje.
Quando Jesus diz no versículo 9, “não vos provereis de ouro, nem de prata, nem de cobre nos vossos cintos; nem de alforje para o caminho, nem de duas túnicas, nem de sandálias, nem de bordão; porque digno é o trabalhador do seu alimento.” O que Jesus estava querendo dizer? Se os discípulos não podem cobrar das pessoas que são objeto da pregação, então, quem vai sustentá-los? A ordem de Jesus foi clara: “Vocês não devem buscar provisão por si mesmos. Vocês estão sendo enviados.”

Quando o exército envia batalhões aéreos de combate e salvamento para resgatar vidas, ele não diz aos seus soldados: cobrem das vítimas o custo do salvamento, mas a instituição chamada Exército é quem vai cobrir as despesas da missão e sustentar os seus combatentes. A igreja é quem vai levantar os recursos para que o enviado, que foi separado para isto com missão específica possa trabalhar. Apóstolo é aquele que é enviado com uma missão específica, assim como foi Paulo, Pedro, Estevão e muitos outros. Para um discípulo ser enviado, ele precisa cumprir os pré-requisitos básicos de um discípulo (Lucas 9:23-25), de um diácono (1 Timóteo 3:8-13), ser submisso como um bom soldado de Cristo (2 Timóteo 2:1-7). Ele precisa mostrar em sua casa, em sua terra que tem praticado estes princípios.

Nenhum enviado trabalha diretamente para Deus, mas deve se sujeitar às autoridades constituídas por Deus e prestar contas de seu trabalho à elas. Uma missão deve ter alvo, prazo, local e regras bem definidas. Caso contrário, corre o risco de perder o foco e ao invés de trabalhar para o Mestre, virar emprego, turismo, oportunidade de promoção e vergonha para o evangelho. Quantos missionários foram para o campo sem um prazo definido, e no decorrer, aqueles que o enviaram não puderam manter os recursos devido ao prazo indefinido, devido à uma falta de planejamento e prestação de contas, não puderam mais se manter e envergonharam o evangelho dando mau testemunho, atrasando as contas, não pagando o aluguel e ao invés de pregar o evangelho, foram buscar emprego no comércio local. Como não tinham visto para isto, tiveram que ser deportados. A missão falhou.

Amado irmão em Cristo, você tem um chamado de Deus, e por isso já tem uma missão de fazer discípulos. Saia do anonimato, comece a evangelizar os seus vizinhos, o seu bairro, os seus amigos, o seu Oikós (círculo de relacionamentos). O termo “fazer missões” precisa ser entendido como algo atribuído a você por outra pessoa com autoridade para tal. O termo “missão” na Palavra de Deus é a tarefa que Jesus concedeu aos discípulos, não a qualquer pessoa. Todo discípulo é igreja e como um corpo se submete ao cabeça espontaneamente, facilmente, alegremente. Um enviado (discípulo em missão ou apóstolo) continua sendo igreja e, por isso, corpo de Cristo, devendo submissão ao cabeça.

Responda ao seu chamado:
1.      Submetendo-se a Cristo, através da sua autoridade espiritual na igreja local.
2.      Vivendo a vida comum do lar, seu primeiro campo ministerial.
3.      Fazendo discípulos, incentivando-os a fazer outros discípulos.
4.      Cumprindo a sua missão na igreja local.

5.      Obedecendo quando chamado para uma missão especial (apóstolo, profeta, evangelista e pastor mestre), local ou transcultural.