“Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a
autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de
todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os
a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco
todos os dias até a consumação do século.” Mateus 11:28-30.
Discípulo
é aquele que é ensinável, que segue o seu mestre e aprende com ele. Discípulo
de Jesus é aquele que não apenas aprende com o Mestre, mas O segue e obedece a
tudo quanto Ele ordenar, inclusive, fazer discípulos.
Chama-se
missionário aquele que é enviado pelos seus superiores com uma missão
específica, com tempo, local e trabalho pré-determinados.
Como
diz o texto em Mateus 22:14 que “muitos são chamados, mas poucos, escolhidos”,
quando pregamos o evangelho, chamamos a todos para serem discípulos, mas poucos
aceitam ao chamado. Inclusive, crentes. Todos os crentes são chamados a fazer
discípulos, mas poucos são escolhidos. Muitos são os motivos, mas um dos
motivos principais é que poucos querem se submeter às regras do envio. Existem
princípios a serem cumpridos, mas poucos desejam se submeter a eles.
Existem
muitas pessoas se intitulando apóstolos, profetas, evangelistas e pastores
mestres. Muitos dizem que não foram chamados por homens. E não foram mesmo. Mas
usam o texto como uma desculpa para se auto intitular e auto enviar ao serviço
do evangelho. Mas no Reino de Deus não funciona assim. Deus honra as
autoridades constituídas por Ele e quando Ele fala, fala por meio destas
autoridades.
Precisamos
aprender um princípio: Se Deus realmente falou algo comigo, Ele confirmará
através de Seus servos, os pastores, Ele confirmará através da família e da Igreja.
Deus não trabalha unilateralmente, ainda mais no caso de enviados com uma
missão.
Em
Mateus 10:5-15 Jesus envia os doze discípulos dando-lhes várias instruções. E o
que se espera é que os discípulos sigam estas instruções à risca. Portanto, não
foram enviados por vontade própria de ir, mas de satisfazer àquele que os
enviou. Havia uma ordem de preferência de público alvo (as ovelhas perdidas da
casa de Israel), um alerta (não tomar rumo aos gentios e não entrar em cidade
de samaritanos) e um alvo específico (pregar que está próximo o reino dos
céus). Com a pregação desta mensagem, “curar enfermos, ressuscitar mortos,
purificar leprosos, expelir demônios e...fazer tudo isto, de graça, pois, como
diz o texto, “de graça recebestes, de graça dai.”
Há
uma confusão muito grande na interpretação deste texto. Quando Jesus diz aos
discípulos que eles devem ir e pregar e não cobrar nada por isso, Ele estava
querendo evitar que o evangelho vire comércio ou um negócio lucrativo, o que
temos visto nos dias de hoje.
Quando
Jesus diz no versículo 9, “não vos provereis de ouro, nem de prata, nem de
cobre nos vossos cintos; nem de alforje para o caminho, nem de duas túnicas,
nem de sandálias, nem de bordão; porque digno é o trabalhador do seu alimento.”
O que Jesus estava querendo dizer? Se os discípulos não podem cobrar das
pessoas que são objeto da pregação, então, quem vai sustentá-los? A ordem de
Jesus foi clara: “Vocês não devem buscar provisão por si mesmos. Vocês estão
sendo enviados.”
Quando
o exército envia batalhões aéreos de combate e salvamento para resgatar vidas,
ele não diz aos seus soldados: cobrem das vítimas o custo do salvamento, mas a
instituição chamada Exército é quem vai cobrir as despesas da missão e
sustentar os seus combatentes. A igreja é quem vai levantar os recursos para
que o enviado, que foi separado para isto com missão específica possa
trabalhar. Apóstolo é aquele que é enviado com uma missão específica, assim
como foi Paulo, Pedro, Estevão e muitos outros. Para um discípulo ser enviado,
ele precisa cumprir os pré-requisitos básicos de um discípulo (Lucas 9:23-25),
de um diácono (1 Timóteo 3:8-13), ser submisso como um bom soldado de Cristo (2
Timóteo 2:1-7). Ele precisa mostrar em sua casa, em sua terra que tem praticado
estes princípios.
Nenhum
enviado trabalha diretamente para Deus, mas deve se sujeitar às autoridades
constituídas por Deus e prestar contas de seu trabalho à elas. Uma missão deve
ter alvo, prazo, local e regras bem definidas. Caso contrário, corre o risco de
perder o foco e ao invés de trabalhar para o Mestre, virar emprego, turismo,
oportunidade de promoção e vergonha para o evangelho. Quantos missionários
foram para o campo sem um prazo definido, e no decorrer, aqueles que o enviaram
não puderam manter os recursos devido ao prazo indefinido, devido à uma falta
de planejamento e prestação de contas, não puderam mais se manter e
envergonharam o evangelho dando mau testemunho, atrasando as contas, não
pagando o aluguel e ao invés de pregar o evangelho, foram buscar emprego no
comércio local. Como não tinham visto para isto, tiveram que ser deportados. A
missão falhou.
Amado
irmão em Cristo, você tem um chamado de Deus, e por isso já tem uma missão de
fazer discípulos. Saia do anonimato, comece a evangelizar os seus vizinhos, o
seu bairro, os seus amigos, o seu Oikós (círculo de relacionamentos). O termo
“fazer missões” precisa ser entendido como algo atribuído a você por outra
pessoa com autoridade para tal. O termo “missão” na Palavra de Deus é a tarefa
que Jesus concedeu aos discípulos, não a qualquer pessoa. Todo discípulo é
igreja e como um corpo se submete ao cabeça espontaneamente, facilmente,
alegremente. Um enviado (discípulo em missão ou apóstolo) continua sendo igreja
e, por isso, corpo de Cristo, devendo submissão ao cabeça.
Responda
ao seu chamado:
1. Submetendo-se
a Cristo, através da sua autoridade espiritual na igreja local.
2. Vivendo
a vida comum do lar, seu primeiro campo ministerial.
3. Fazendo
discípulos, incentivando-os a fazer outros discípulos.
4. Cumprindo
a sua missão na igreja local.
5. Obedecendo
quando chamado para uma missão especial (apóstolo, profeta, evangelista e
pastor mestre), local ou transcultural.