Por que Pedro?
"Caminhando junto ao mar da Galiléia, viu dois
irmãos, Simão, chamado Pedro, e André, que lançavam as redes ao mar, porque
eram pescadores. E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de
homens. Então, eles deixaram imediatamente as redes e o seguiram.” Mateus 4:18-20
Quando
estudamos a Bíblia encontramos muitas referências sobre a vida de Pedro e o que
ele veio a se tornar. Afinal de contas, ele era um dos três discípulos do
círculo íntimo de Jesus. Pregou com grande autoridade entre os judeus e
gentios, depois do pentecostes, realizando grandes curas e milagres no poder do
Espírito Santo e também, escreveu as epístolas de 1 e 2 Pedro. Ele foi
considerado um dos pilares da igreja em Jerusalém. Papias, um cristão do século
2, nos conta que Marcos serviu como um escriba de Pedro e escreveu o Evangelho
de Marcos baseado no testemunho de Pedro.
Apesar
deste currículo maravilhoso, Pedro era um homem simples, casado, filho de Jonas
(Bar Jona), também conhecido como Simão ou Cefas. Nasceu em Betsaida, viveu em
Cafarnaum, trabalhando como pescador. Tinha um negócio de pesca em sociedade
com Tiago e João.
Mas
na medida em que Pedro começa a conviver com Jesus, o verdadeiro Pedro começa a
se revelar, mostrando suas fraquezas, medos e temperamento oscilante. Se
prestarmos atenção nos relatos bíblicos, começaremos a questionar por que Jesus
não escolheu alguém melhor, ou, no mínimo, menos complicado e temperamental do
que Pedro.
A
personalidade e caráter de Pedro nos mostra que ele era:
·
Impulsivo (Mateus 14:28),
·
covarde (Mateus 14:30 e 26:69-74)
·
Temperamental e agressivo (João 18:10)
Jesus
repreendeu a Pedro porque ele se negou a aceitar o fato de que Jesus tinha que
morrer. (Mateus 16:23). Apesar de ter testemunhado a transfiguração de Jesus
(Marcos 9:2-8) ainda tinha dificuldade em obedecer totalmente, em vencer a sua
carne, controlar a sua boca e o seu temperamento. Jesus alertou a Pedro que ele
O negaria 3 vezes (Lucas 22:31-34), apesar de Jesus ter andado com Pedro como
amigo íntimo durante mais de três anos, constituindo assim uma traição à
amizade que eles desenvolveram.
Como
pode alguém andar com Jesus durante todo este tempo e ainda não estar
convertido? (Lucas 22:32). Este era Pedro. Muito provavelmente, se você e eu
estivéssemos no lugar de Jesus, jamais teríamos escolhido a Pedro, mas Jesus
escolheu. Por quê?
Pedro
foi a escolha mais improvável de Jesus para mostrar a todos os homens que não
somos escolhidos por Deus pela nossa capacidade, pela nossa inteligência, pelo
nosso currículo. Não somos escolhidos por causa da nossa bondade, ou porque
julgamos ser pessoas do bem. Somos escolhidos pela vontade divina e soberana de
escolher a quem quiser e de transformar aquele que não é nada em uma nova
criatura, não pelo esforço ou pela capacidade pessoal, mas através do poder
sobrenatural de Deus e da presença do Espírito Santo de Deus.
Jesus
não rejeitou a Pedro por causa de seus erros, por causa de seus pecados pois
Jesus olhava com os olhos da fé. Jesus cria que o Pai haveria de transformar a
Pedro, assim como o Pai também haveria de ressuscitá-lo de entre os mortos.
Quantas
vezes olhamos para as pessoas e julgamos tudo o que dizem e fazem e nos
esquecemos que precisamos enxerga-las debaixo da perspectiva de Jesus, do amor,
da graça e da misericórdia de Jesus. Muitos novos convertidos levam tempo até
se tornarem homens perfeitos, ou seja, maduros espiritualmente, mas nós mesmos,
quanto tempo levamos para amadurecer? E será que já amadurecemos totalmente?
O
fato é que Pedro só se tornou o grande apóstolo Pedro, corajoso, pregando com
autoridade e realizando milagres após ser cheio do Espírito Santo. Até isso
acontecer, o nosso dever é fazer discípulos. Muitos acham que podem transformar
os discípulos, com sua didática e habilidade com a Palavra e com o seu
testemunho, mas esquecem que a tarefa de transformar e de fazer crescer e
multiplicar é única e exclusivamente do Espírito Santo.
Sejamos
como Paulo, que nos alerta em Gálatas 4:18-19: “É bom ser sempre zeloso pelo bem
e não apenas quando estou presente convosco, meus filhos, por quem, de novo,
sofro as dores de parto, até ser Cristo formado em vós.”
Jesus
negou o seu sentimento carnal e humano de frustração, quando Pedro não
respondeu da forma que deveria. Jesus nos deu o exemplo. Que possamos fazer discípulos e continuar a cuidar dos discípulos mesmo
quando estes erram. E que não venhamos a fugir das nossas dores de parto, até
ver Cristo formado neles.
Que Ele cresça e eu diminua! João 3: 30 Amém!
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